29 setembro 2005

 

e falta sempre alguma coisa...

pois é, o post anterior era sobre estátuas de sal, mas faltou isso, pois isso mesmo...

se o senhor doutor decidiu que basta da sodoma da política, que não venha agora olhar para trás e dizer que se arrependeu.

continuo à espera de ouvir anjos, ou arcanjos, ou serafins ou coisa que o valha dizer numa voz off cavernosa "o senhor aí do fundo, esse senhor gordo, da camisa branca, sim você, transforme-se lá numa estátua de sal, se faz favor"

28 setembro 2005

 

transformem esse senhor aí do fundo

um homem, supostamente decente, supostamente íntegro e honrado, vem a terreiro sem ninguém lhe perguntar e diz que basta. isto há pouco mais de seis meses. e repete, que "basta, e que nem política partidária, nem execução de cargos públicos".

e não fui só eu que ouvi.


e o mesmo senhor ainda há quatro meses dizia na SIC Notícias que "sou uma pessoa que teve um papel na política portuguesa, mas que hoje já não tem", e outras considerações do género.

e agora de chofre vem dizer que não, que afinal não basta. que agora em vez de se ir "dedicar à família", como dizia no seu 80º aniversário, apetece-lhe outra vez ser presidente, talvez porque ainda ache que vai derrotar o outro, o arqui-inimigo (sim, que o senhor em questão parece cada vez mais dado a este tipo de grandiloquências dentro da sua cabeça).

pois olhe, afinal tinha razão no "basta". mas para mim é que basta. basta de o aturar com as suas irreverências, com a sua mania de se pôr a falar com grande prosápia de coisas de que não sabe nada, de vir num dia dizer que não percebe nada de economia e no seguinte armar-se em neo-keynesiano.

basta, senhor doutor mário soares. eu, como muitos outros, não vamos votar em si, de maneira nenhuma, para cargo nenhum. porque o seu tempo, senhor doutor, acabou. e o ponto final foi o senhor quem o pôs. não venha tentar meter post-scriptums à pressão, que já não há pachorra para o aturar. pois, pois, eu sei, post-scriptum, PS, partido socialista, o senhor achou que era um trocadilho giro vir agora com isto depois do ponto final, e etc.

olhe, deixe essas graçolas para os seus netos, está bem?

aqui trata-se de um país, de gente, com vidas, e perspectivas, e ambições.
que precisam de quem os queira ver crescer, e não de quem venha a terreiro por pirraça ou por capricho ou por graçola, a brincar aos postescritos porque rima com pê-ésse.

pare de ser irritante, vá à sua vida, e apareça de vez em quando para mandar umas larachas ou umas francesadas macarronadas para a gente se rir um bocadinho.

não pense que não o respeito, talvez até por o respeitar tudo isto me incomode mais.
sabe, é que o sentido do tempo próprio para cada coisa, tem todo o significado do mundo.
e nesta altura já nem sei se admiro mais o que o senhor doutor foi, ou se me irrita mais o que o senhor doutor é.

21 setembro 2005

 

irritante: afinal onde é felgueiras?

há países e há países. neste, basta ter uns amigos e fugir antes que a polícia apareça para se poder andar dois anos foragido para que o que antes era prisão preventiva agora passe a termo de identidade e residência. e com base em quê? pois é, já não há perigo de continuação da actividade criminosa, porque a senhora já nem está em funções. e se se candidata, e se é eleita? prende-se nessa altura, para evitar a continuação da dita? e também parece que já não há risco de perturbação do inquérito, que esse até já acabou. o que não houve ainda foi julgamento, e entre o inquèrito e o julgamento muita gente se desdiz e contradiz; isso já não deve haver perigo nenhum de a senhora interferir; e os outros nove ou dez casos em que a mesma empresa está envolvida, também presumo que a senhora não possa interferir nesses inquéritos, pois não. e quanto ao mais ridículo de tudo, o perigo de fuga. pois, já não há perigo de fuga, a senhora até voltou pelo seu pé. ao raio que os parta. tanto existe perigo de fuga que ela até andou dois anos fugida. se se prende tipos que juram a pés juntos que não fogem para lado nenhum, como é que se deixa solta esta que é de má catadura, se não fosse não andava dois anos fugida a desobedecer a um juiz de instrução que a queria ver cá e presa.

e acima de tudo, a questão moral. eu sou cidadão e quero lá saber se o legislador se esqueceu de escrever no código penal que saber que há um mandado de captura contra nós e pura e simplesmente se estar nas tintas, alegremente fugido para o estrangeiro, não constitui crime autónomo. se a lei à portuguesa é isto, acabem com o código penal e façam a lei à inglesa, com base na jurisprudência. juiz nenhum com dois dedos de testa e uma pinga de sangue a correr-lhe nas veias deixava passar uma coisa destas em branco. decidia em consciência e pelo menos a justiça evoluia já; não tinhamos de esperar mais não sei quantos anos que venha o senhor legislador do alto da sua torre de marfim lembrar-se de todas as coisas malandras que as fátimas deste mundo podem fazer.

aos políticos, tenham a coragem e a decência de acabar com esta palhaçada de sistema judicial e legislativo que temos. parem de se armar em rapunzéis legisladoras, abram os olhos e os ouvidos: a justiça, meus senhores, é cá em baixo, e é todos os dias.


aos cidadãos, protestem, porra. parem de pensar "não é comigo, quero lá saber". é sempre "comigo", cada um somos, afinal, todos nós.
irritante, este país, todos os dias. pensem mas é nisto quando tiverem os papéis nas mãos, o verde, o amarelo e o branco.

20 setembro 2005

 

disciplina, pois

afinal não está nada criada a disciplina para o manter; mero trompe l'oeil que a espuma dos dias dissipa. pois.

19 setembro 2005

 

irritante, todos os dias

há anos que me irrita o facto de não conseguir manter um blog actualizado.

hoje está reunida a disciplina para o manter, e identificado o leimotiv que lhe pode dar alicerce. ao contrário dos americanos, na europa sabemos soletrar palavras com mais de duas sílabas. por isso este blog vai buscar o nome a nenhuma palavra de quatro letras, mas a uma de quatro sílabas - quatro. irritante. todos os dias.

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