28 setembro 2005

 

transformem esse senhor aí do fundo

um homem, supostamente decente, supostamente íntegro e honrado, vem a terreiro sem ninguém lhe perguntar e diz que basta. isto há pouco mais de seis meses. e repete, que "basta, e que nem política partidária, nem execução de cargos públicos".

e não fui só eu que ouvi.


e o mesmo senhor ainda há quatro meses dizia na SIC Notícias que "sou uma pessoa que teve um papel na política portuguesa, mas que hoje já não tem", e outras considerações do género.

e agora de chofre vem dizer que não, que afinal não basta. que agora em vez de se ir "dedicar à família", como dizia no seu 80º aniversário, apetece-lhe outra vez ser presidente, talvez porque ainda ache que vai derrotar o outro, o arqui-inimigo (sim, que o senhor em questão parece cada vez mais dado a este tipo de grandiloquências dentro da sua cabeça).

pois olhe, afinal tinha razão no "basta". mas para mim é que basta. basta de o aturar com as suas irreverências, com a sua mania de se pôr a falar com grande prosápia de coisas de que não sabe nada, de vir num dia dizer que não percebe nada de economia e no seguinte armar-se em neo-keynesiano.

basta, senhor doutor mário soares. eu, como muitos outros, não vamos votar em si, de maneira nenhuma, para cargo nenhum. porque o seu tempo, senhor doutor, acabou. e o ponto final foi o senhor quem o pôs. não venha tentar meter post-scriptums à pressão, que já não há pachorra para o aturar. pois, pois, eu sei, post-scriptum, PS, partido socialista, o senhor achou que era um trocadilho giro vir agora com isto depois do ponto final, e etc.

olhe, deixe essas graçolas para os seus netos, está bem?

aqui trata-se de um país, de gente, com vidas, e perspectivas, e ambições.
que precisam de quem os queira ver crescer, e não de quem venha a terreiro por pirraça ou por capricho ou por graçola, a brincar aos postescritos porque rima com pê-ésse.

pare de ser irritante, vá à sua vida, e apareça de vez em quando para mandar umas larachas ou umas francesadas macarronadas para a gente se rir um bocadinho.

não pense que não o respeito, talvez até por o respeitar tudo isto me incomode mais.
sabe, é que o sentido do tempo próprio para cada coisa, tem todo o significado do mundo.
e nesta altura já nem sei se admiro mais o que o senhor doutor foi, ou se me irrita mais o que o senhor doutor é.

Comments: Enviar um comentário

<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?